Estômago
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Gastrite aguda
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Gastrite crônica
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Úlcera péptica
1- Gastrite aguda
É uma reação aguda da mucosa gástrica frente a agentes
variáveis. Ocorre congestão, edema, pequenas úlceras múltiplas,
superficiais e hemorrágicas (úlceras agudas). Dura de 2-5 dias sendo
que cessada a causa, a mucosa volta a normalidade. Se não existirem
mecanismos bacterianos envolvidos não evolue para gastrite crônica.
As principais causas são:
1) Medicamentos (aspirina);
2) bebidas alcoólicas;
3) fumo;
4) estresse;
5) sais biliares;
6) uremia;
7) álcalis e ácidos fortes;
8) intoxicação alimentar;
9) agentes biológicos (vírus, bactérias).
Mecanismos patogênicos mais comuns:
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aumento da secreção ácida.
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Redução da produção de íons HCO3-.
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Lesão direta da parede da mucosa gástrica, permitindo a
retrodifusão de íons H-.
Os medicamentos do tipo aspirina provocam gastrites porque inibem a
biossíntese de prostaglandinas (A do tipo E exerce papel protetor
sobre a mucosa uma vez que estimula a renovação do epitélio e a
produção de muco.
2- Gastrite crônica
Tem início insidioso de evolução lenta e gradativa ao longo dos
anos ou décadas. São assintomáticos ou oligossintomáticos.
Diferentes tipos de gastrites agridem diferentes mucosas. As lesões
têm grande importância para o diagnóstico (histopatologia dos
diferentes tipos de mucosa gástrica). O diagnóstico histológico da
gastrite crônica se baseia na presença da reação inflamatória na
mucosa caracterizada por exudato de mono e polimorfonucleares em
proporção e intensidade variáveis. De acordo com o aspecto
histológico as gastrites são divididas em dois grandes grupos:
b.1) Gastrite crônica superficial: primeira fase de um processo
progressivo lento que pode levar a atrofia das glândulas gástricas.
Embora a mucosa gástrica apresente-se morfologicamente bem
constituída, parece ocorrer aumento da renovação celular,
mantendo-se, entretanto, o equilíbrio entre perda e renovação
celular.
b.2) Gastrite crônica atrófica: ocorre diminuição do número de
glândulas e da espessura da mucosa. Ocorre hiperplasia das células
basais e pode ocorrer metaplasia intestinal (completa ou incompleta)
costumeiramente focal.
Divisões:
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Gastrite antral – tipo B – tem etiologia bacteriana (H. pylori).
Grupo hipersecretor evoluindo para úlcera péptica duodenal e/ou
para carcinoma gástrico.
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Pangastrite – tipo AB – também de etiologia bacteriana.
"Diferentes cepas da bactéria associadas as diferentes reações do
hospedeiro levam a instalação de um dos tipos ". Grupo normo ou
hiposecretor evoluindo para úlcera péptica do estômago e/ou câncer
gástrico. Tem maior tendência ao aparecimento de alterações do
crescimento e diferenciação celular do epitélio glandular do que
aqueles com gastrite somente Antral.
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Gastrite do corpo – tipo A – tem etiologia auto-imune
(desenvolvimento de Ac contra células Parietais). Atinge a mucosa
oxíntica. Evolue rápido para atrofia da mucosa. A mucosa do Antro
parece normal. Conseqüências e complicações: acloridria, digestão
difícil, diminuição do fator intrínseco (anemia macrocítica
hipocrômica), anemia perniciosa, hipergastrinemia (aumento das
proteínas não digeridas no Antro, alcalinidade permanente),
hiperplasia de células ECL (pode provocar carcinóide , estimuladas
pela gastrina). Ocorre, sobretudo, em indivíduos idosos.
3- Úlcera péptica
Consiste em uma lesão escavada, geralmente solitária e crônica, que
se forma na mucosa esôfagogastrointestinal como resultado de
digestão ácido péptica.
Freqüência
Admite-se que cerca de 5-10% da população adulta da maioria dos
países ocidentais sejam portadores. A UP intestinal é mais freqüente
que a gástrica. Geralmente homens são mais acometidos que mulheres
(há aumento da incidência após a menopausa).
Etiopatogênese
Rompimento do equilíbrio entre defesa da mucosa e reação agressiva
do suco gástrico. Na maioria dos casos a úlcera gástrica parece
decorrer da queda de defesa da mucosa e a úlcera duodenal de um
aumento da agressão.
Tipos:
a)Úlcera Duodenal: ocorre em indivíduos que possuem uma maior
produção de ácido gástrico (tanto em níveis basais quando sob efeito
de estímulos secretagogos ). Essa maior capacidade de secreção pode
estar relacionada com:
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Maior população de células parietais.
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Maior sensibilidade das células parietais à gastrina.
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Hipergastrinemia
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Defeitos dos mecanismos inibidores da secreção de gastrina.
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H. pylori. Estudos indicam efeito estimulador da bactéria
sobre a secreção de gastrina. O H. pylori tem forte ação
ureásica com produção de amônia e alcalinização do pH. Segundo
alguns estudos, o desequilíbrio funcional das células G poderia
ocorrer em virtude da inibição das células D. Segundo outros
autores a hipergastrinemia dependeria somente da gastrite Antral,
não estando relacionada à bactéria.
Ocorre metaplasia gástrica do epitélio intestinal, geralmente em
focos. Admite-se que essa seja conseqüência do contato prolongado
entre mucosa intestinal e suco gástrico.
Outros fatores parecem concorrer para o aparecimento da úlcera:
fatores genéticos, fatores psicossomáticos, controverso é o uso de
fumo, álcool e drogas.
b) Úlcera Gástrica
Também depende da ação do ácido e da pepsina para sua formação. O
papel do H. pylori em sua gênese e controvertido (liberação
de citotoxinas bacterianas?; clivagem de glicoproteínas do muco
gástrico?; amônia e seu efeito citopático?). Outras hipóteses:
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exposição da mucosas a agentes exógenos como aspirina, álcool e
certas drogas, principalmente anti-inflamatórios não esteroidais.
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Redução local do fluxo sangüíneo da mucosa.
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Refluxo do conteúdo duodenal.
Aspectos Morfológicos
Quase sempre é única. Apresenta-se como lesão arredondada ou ovalada,
com diâmetro em torno de 0,5 ou 2,0 cm. As bordas são regulares,
pouco elevadas e cortadas a pique, tendendo a se afunilarem à medida
que se aprofundam na parede do órgão. O fundo pode ser limpo ou
recoberto por material necrótico brancacento, tecido de granulação
avermelhado ou por tecido fibroso. Classificação:
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Superficial _ atinge até a submucosa.
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Profunda _ atinge a muscular própria ou até a serosa.
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Perfurante _ quando ultrapassa todas as camadas da parede e se
abre na cavidade peritoneal.
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Penetrante _ quando ultrapassa todas as camadas mas fica tamponada
por órgãos vizinhos.
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Calosa _ caracterizada pela proliferação exuberante de tecido
conjuntivo fibroso nas bordas e no fundo da úlcera. A neoformação
conjuntiva protege contra a perfuração mais ao mesmo tempo, pode
provocar deformação ou estenose do órgão ou semi obstrução da luz.
Microscopicamente
Úlcera péptica ativa:
1) camada de tecido necrótico, geralmente fibrinóide, presente no
fundo da lesão (sina da digestão ácido péptica);
2) camada de exudato celular com predomínio de neutrófilos;
3) camada constituída predominantemente por tecido de granulação;
4) camada de tecido fibroso cicatricial.
Inativas: necrose escassa, exudato de neutrófilos é discreto. Em
alguns indivíduos grande camada fibrosa.
Conseqüências e complicações
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A hemorragia é a mais comum (maciça com hematêmase ou melena;
pequenas).
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Pode ocorrer perfuração com formação de aderências (pela
peritonite).
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Estenoses e deformações do órgão.
Cancerização.
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